16/06/2014

Você escalou um time vencedor pro seu Escritório?

Olá,

Aproveitando o clima de copa, vamos falar hoje sobre time.

A palavra time significa um grupo de pessoas empenhados numa mesma tarefa, com o mesmo objetivo. Originalmente essa palavra significava "conjunto de animais unidos entre si". Era utilizada como sinônimo de puxar, referindo-se aos bois que puxavam o arado.

Atualmente usamos muito essa palavra quando nos referimos à importância da união do grupo e seu resultado.

O Felipão conhece cada um da sua equipe e sabe exatamente o que acontece no seu time, para que possa "gerenciá-lo" de modo que eles alcancem suas metas, mas e você, conhece o seu time? Você sabe o que acontece dentro do seu escritório? Você conhece o método de gestão utilizado pelos líderes do seu escritório? Você possui algum método de gestão?

Se a sua resposta foi não, esse pode ser um dos motivos do alto turnover de advogados, baixa produção e motivação da equipe e até mesmo conquista de novos clientes.

Vou dar um exemplo do cotidiano que aconteceu comigo na semana passada e que tem tudo a ver com isso: combinei de jantar com uma amiga num restaurante japonês da minha rua que eu ia sempre e adorava. Optamos pelo rodízio e ali começaram os problemas. Todos os pedidos que fazíamos vinham incompletos ou simplesmente errados, até que o gerente foi até a mesa e falou baixinho que depois me explicava o que estava acontecendo. Ao sairmos do restaurante o gerente veio atras e explicou que não poderia nos entregar os pedidos como solicitados porque o sushiman quando contrariado (isso quer dizer quando pedem algo diferente do padrão que ele esta acostumado) ele larga a cozinha e vai embora. O que mais me impressionou é que ele não parou por ai, quando percebeu que estávamos totalmente insatisfeitas, começou a contar todos os problemas do restaurante. Disse que o dono do restaurante não o escutava, que ele era "a voz do cliente" mas o dono não deixava ele participar das reuniões, que ele achava tudo ali muito caro, mas que o dono não queria reduzir os valores, que muitos clientes estavam insatisfeitos e que ele também achava um absurdo as coisas que aconteciam no restaurante.

Fui embora frustrada e indignada com tudo o que aconteceu. Minha vontade era perguntar se ele trabalhava pro restaurante ou pro concorrente que fica na mesma rua. Com certeza o dono não conhece o gerente suficiente e não sabe que as atitudes da sua equipe (gerente, sushiman e garçonete) estão fazendo com que os clientes deixem de frequentar seu estabelecimento.

Essa situação é muito comum dentro de Escritório de advocacia e é justamente por isso que no último ano percebemos inúmeras cisões. Se o "dono" do negócio não tem olhos nem ouvidos para sua equipe, tem que estar preparado para ficar sem ela...

O problema é ainda maior quando essa equipe leva junto parte ou todos os clientes. Sabe o que isso significa? 
  1. O sócio não valorizou a equipe de forma que a cativasse a crescer dentro do próprio escritório;
  2. O escritório deixou de ser a referência do cliente. Provavelmente o relacionamento e o cuidado com o cliente também ficava na mão da equipe, sem os olhos do "dono do negócio".
Quando não conhecemos a nossa equipe, não temos um método de gestão eficaz e não temos controle do nosso negócio estamos sujeitos "ao acaso". 

A equipe é detentora de informações valiosas do escritório. Não deixe que ela fique nas mãos de pessoas que não sabem como torná-la um time vencedor. Cuide dela!

Abraços,

2 comentários:

  1. Interessante vossa abordagem e interpretação de fato, efetivando analogia com "time" em equipe advocatícia, por óbvio em outros segmentos também. Parabéns. É revigorante ler uma visão ÉTICA das coisas, pois o trivial é unirem-se a alguma das partes julgando outras. No exemplo referido, apresenta-se sobretudo 3 peças comuns infelizmente na atualidade: - aquele (a) que faz, mas tem de ser somente de uma forma fechada sob pena de deixar a equipe na mão (suschiman); aquele que deveria gerenciar e em não logrando êxito em obter soluções, imputa culpas (gerente); aquele que devia ter um mínimo de interação ou saber examente a quem confiou, delegou tarefas e como tais estão sendo desempenhadas (proprietário)...
    Pensamos que capacitação e crescimento envolva em semelhante medida: responsabilidade. Como não vem sendo fácil escalar "times", afora o fato de depois de bem estruturado existirem sempre possibilidades de não podermos contar com peças essenciais, pensamos que cabe aos "técnicos", ponderarem bem realmente quem tem, estar atento e manter um bom banco de reservas, posto que recairá sobre o mesmo os louros e as culpas, quer tenha ou não. Boa abordagem. Fraternais saudações.

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  2. Oi Ricardo, muito obrigada! Esse é realmente um problema do nosso dia a dia. Temos grandes desafios ao escolher o time, reconhecer a competência de cada um e direcionar responsabilidades. Abraços,

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